domingo, 17 de maio de 2009

Posse


Vem cá! Assim, verticalmente!
Achega-te... Docemente...
Vou olhar-te... E, no teu olhar, colher
promessas do que quero prometer,
ate à síncope do amor na alma!
Colemos as mãos, palma a palma!
A minha boca na tua, sem beijo...
Desejo-te, ate o desejo se queixar que doi.
E sou tua, assim... Como nenhuma foi!


Leonor de Almeida - Posse (1947)

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